Clécio diz que Carnaval deixará como legado a formatação como produto econômico

Na retomada dos desfiles das escolas de samba de Macapá, gestor municipal avalia como acertada a busca por uma parceria com a iniciativa privada para realizar a festa

Cleber Barbosa, da Redação

“Estamos com tudo pronto, com aquele nervosismo gostoso de estreia, pois é a primeira vez que a Prefeitura de Macapá está organizando o Carnaval, que não se resume só a esses dois dias de desfiles na avenida, tem muito mais”, foi assim que o prefeito de Macapá, Clécio Luís, entrou na pista lateral do Sambódromo de Macapá nesta sexta-feira (21) para a reabertura dos desfiles de Carnaval. Também esclareceu que dizer que no restante do país é sempre papel das prefeituras promover o evento não é verdade, é meio lenda urbana. “Não é bem assim, pois cada lugar tem um Carnaval diferente, como o de Salvador, mais de rua, com blocos e trios, já o do Rio é maior e tem um envolvimento do Governo do Estado também. Mas o que vem crescendo é a participação da iniciativa privada no evento, que é a nossa experiência desse ano”, completa.

Para o gestor municipal, a experiência deste ano no carnaval de Macapá tem tudo para dar certo, uma nova modelagem do carnaval onde o poder público – prefeitura e governo do estado – entram com menos recursos e o privado começa a assumir mais a realização e, consequentemente, a exploração econômica também. “Foi um desafio gigantesco e uma ousadia maior ainda, mas se pudesse voltar atrás faria tudo de novo, porque andando pelas ruas do comércio e visitando a montagem da estrutura no Sambódromo vimos tantos empreendedores trabalhando, e economia movimentadíssima enfim, e isso fora da época de pagamento [do funcionalismo] então está dando certo”, comemora.

Clécio disse que desde o final de 2018 havia uma proposta da Prefeitura de Macapá em realizar o desfile das escolas de samba do ano seguinte, mas não houve entendimento sobre o tema. “Mas a gente viu que o prejuízo de não ter carnaval era muito maior, então numa conversa com o presidente Davi [Alcolumbre] resolvemos retomar essa ideia, pois ele me ouviu falar muito sobre essa possibilidade então lançou o desafio de conseguir um recurso extra, com patrocínio de empresas ou órgãos que topassem entrar no evento, então topei e foi assim que essa grande festa começou a ser planejada”, recorda.

Cadeia econômica

Aspecto da cerimônia de abertura dos desfiles das escolas de samba, com a Corte do Carnaval recebendo as chaves da cidade | Foto: Breno Vinícius

Por fim, o prefeito de Macapá avalia ser uma retomada, mais lenta, gradual, mas que tende só a crescer com as próximas edições. “O comércio da cidade esses dias lembrava até a época de Natal, muito movimento mesmo, só com aquilo que a gente vê, mas tem toda uma estrutura gigantesca que só funciona no dia mesmo, como táxi, mototáxi, motorista de aplicativo, vendedores ambulantes, maquiadores, todo mundo lotado, costureiras, serralheiros, artistas plásticos, os músicos que são contratados durante dois meses inteiros para ensaiar, então recebem cachês, enfim, o Carnaval se enquadra numa cadeia produtiva das mais extensas que existem, desde as atividades mais estruturadas, como a hotelaria, lojistas, restaurantes, até essas [atividades] mais populares, um negócio fantástico que eu sabia que ia dar certo, mas está superando todas as nossas expectativas”, completou.

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