Waldez tem 10 dias para decidir futuro político e mudar cenário da sucessão estadual
Atual mandatário máximo do Amapá terá que se desincompatibilizar do cargo 6 meses antes das eleições de 2 de outubro se quiser disputar outro cargo eletivo.
Da Redação
As eleições gerais de 2 de outubro parecem distante, mas nos bastidores, além de vários pré-candidatos a senador e governador, uma decisão importante deverá mexer com o tabuleiro político de maneira geral. Tem a ver com o futuro político do atual ocupante do Palácio do Setentrião, o governador Waldez Góes (PDT), que tem 10 dias para optar entre permanecer no cargo até o fim do ano ou entregar a cadeira para o vice, Jaime Nunes, que poderia disputar a reeleição natural.
Pelas regras da legislação eleitoral, em especial a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, conhecida como a Lei de Inelegibilidade, para concorrer a outros cargos, o presidente da República, os governadores de Estado e do Distrito Federal, assim como os prefeitos, devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes do pleito. No caso de Waldez Góes, que já foi reeleito em 2018, só um cargo diferente do atual poderia ser disputado este ano.
Tabuleiro
Mas, o que chama a atenção no caso específico da sucessão estadual amapaense é que se Waldez decidir se afastar do mandato para poder concorrer, por exemplo, a senador ou deputado federal, o vice-governador Jaime Nunes poderá – uma vez na titularidade do cargo de governador – apresentar seus predicados como gestor púbico, podendo mudar todo o secretariado atual, bem como programas, projetos e obras públicas que o poder da caneta assegura ao chefe do Poder Executivo.
Analistas ouvidos pela reportagem avaliam que essa passa a ser a mexida mais emblemática no tabuleiro da política local, afinal, Jaime Nunes teve raríssimas oportunidades de mostrar trabalho como mandatário. “Seria uma condição realmente muito favorável para ele [Jaime], com toda a estrutura que passaria a contar, com a máquina governamental nas mãos e podendo mostrar serviço, como se costuma dizer”, avalia o consultor e estrategista eleitoral Heyder Barata.
Pistas
Mas para ele, o fim de semana acabou registrando dois indicativos importantes sobre para onde podem ir os atuais executivos mais importantes do Amapá – governador e prefeito. “O prefeito Furlan esteve no evento do PSB e a cúpula do PDT foi ao evento da filiação do ex prefeito Clécio ao Solidariedade, então, acho pouco provável que o governador deixe o cargo antes de 31 de dezembro deste ano, que é quando termina o seu mandato”, projeta o especialista.
Mas, Barata também diz não apostar suas fichas em uma suposta indicação do PDT para compor futura chapa de Clécio, um candidato a vice-governador que venha dos quadros do partido.
“Muito se especulou neste sentido também, pela destacada participação da organização pedetista naquele evento, como também não acredito que Waldez deixe o cargo para disputar o Senado, onde a única cadeira em disputa é de um aliado, o senador Davi Alcolumbre, tampouco a deputado federal, pois alguns nomes dentro de seu partido estão com pré-candidaturas colocadas há algum tempo”, concluiu o analista.
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