Marcivânia diz que parlamento está longe de ser democrático e representativo
Deputada amapaense acaba de ser eleita coordenadora adjunta da Bancada Feminina em Brasília, colegiado de 77 cadeiras ocupadas por mulheres num total de 594 representantes.
Cleber Barbosa, da Redação
Eleita para ser coordenadora-adjunta da Bancada Feminina na Câmara dos Deputados, Marcivânia Flexa (PCdoB/AP) disse que recebeu 64 votos das 77 parlamentares que integram o Congresso Nacional, num cargo ligado à Secretaria da Mulher, mas que considera ainda muito distante que as duas casas legislativas sejam de fato democráticos e representativos.
Em entrevista ao programa Café com Notícia, na Diário FM (90,9), ela lembrou que se trata de mais um espaço institucional para fazer valer as políticas de gênero. “Pela garantia de direitos, por avanços, mais conquistas para as mulheres brasileiras, em que pese o parlamento brasileiro já ter avançado muito ainda temos muito, muito a avançar, daí me colocar à disposição não só das mulheres, mas de todos que também travam conosco essa batalha por igualdade”, disse a parlamentar.
Marcivânia lembrou que dentre as muitas demandas históricas que a bancada feminina está encampando, destaca-se ainda a busca por oportunidades iguais, salários iguais para quem ocupa as mesmas funções, assim como garantir o acesso à saúde e a luta contra a violência.
Ela disse que se sente ainda mais no dever de manter o engajamento por essas e outras causas ligadas ao empoderamento feminino, garantir o poder de voz e a empatia necessária. “Se colocar no lugar da outra que sofre é algo tão necessário para entender tudo isso que vem ocorrendo com as mulheres”, pondera.
Marcivânia disse ainda que a maior participação das mulheres ainda é uma missão das mais difíceis a serem implementadas para garantir o enfrentamento dessas questões, afinal em que pese ser o eleitorado feminino 52% da população brasileira, elas são menos de 10% da composição atual do Congresso Nacional. “Então nós queremos um parlamento que efetivamente seja democrático”, resumiu.
Por fim, ela lembrou que durante o período de confinamento a que todas as famílias brasileiras foram obrigadas a manter, se aflorou a questão da violência doméstica. “Esses problemas sempre aconteceram, mas se acentuaram muito no contexto da pandemia, com o aumento do número de queixas, de denúncias, especialmente de violência contra a mulher, que deveremos estar vigilantes também”, concluiu.
Senado
Em outra ação, a bancada feminina no Senado Federal encaminhou um pedido, nesta terça-feira (20), o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a aquisição de vacinas e medicamentos do chamado “kit intubação” para combater a pandemia no Brasil. Assinado por 12 senadoras, o ofício relata a situação crítica do sistema de saúde brasileiro. A líder da bancada, senadora Simone Tebet (MDB-MS), alerta sobre o iminente colapso pelo desabastecimento de hospitais públicos e privados.
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