Equipe de saúde de Bala constata fragilidade da rede de atenção básica em Santana

Técnicos vêm atuando no levantamento de informações para o diagnóstico financeiro e estrutural da rede pública municipal de saúde em Santana nos últimos anos.

A nova secretária municipal de Saúde de Santana, Ithiara Madureira, acompanhada de equipe técnica, iniciou esta semana uma série de visitas às unidades para identificar e registrar os principais problemas que atingem a rede de atenção básica. O objetivo é atuar em parceria com os servidores e a direção das unidades, em de busca de soluções rápidas para recuperar o papel da Atenção Básica no município, garantindo o acesso aos serviços, sobretudo diante desse delicado momento de pandemia.

Desde que assumiu a pasta, a nova equipe da Saúde tem atuado no levantamento de informações para o diagnóstico financeiro e estrutural da rede pública municipal de saúde em Santana nos últimos anos. O foco da nova gestão, neste primeiro momento, é reorganizar o modelo de Atenção Básica à Saúde, ofertado pela Prefeitura de Santana, a fim de melhorar a qualidade dos serviços prestados à população e contornar os índices de cobertura e desempenho do município junto ao Ministério da Saúde.

Principais deficiências

Maior parte das unidades foram encontradas com a estrutura física deteriorada, problemas nas instalações elétricas e hidráulicas, infiltrações generalizadas, falta de EPI´s, como máscaras e luvas, falta de manutenção de equipamentos, salas que não funcionam por falta de material ou sem climatização. Além de medicamentos dispostos de maneira
inadequada, guardados em caixas no chão, falta de limpeza das unidades e irregularidades em contrato de locação de espaço, a exemplo do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), cuja unidade está desde de outubro com o contrato vencido.

A recém inaugurada UBS Dr. Iacy Alcantara, localizada no bairro Fonte Nova é uma das unidades que apresenta graves falhas na estrutura física. Com fissuras no forro, provocadas pela deterioração da madeira, a unidade abriga salas sem climatização e equipamentos mal instalados. Os custos para reforma, foram resultado de emenda parlamentar no valor de R$ 150 mil, mas ao que tudo indica, a obra não foi concluída. Parte do prédio não alcançado pela reforma, está totalmente abandonado e oferece perigos à saúde e a segurança dos servidores e população.

Além dos graves problemas na infraestrutura das unidades, o horário de atendimento chama atenção. Atualmente, o atendimento ocorre apenas no período da manhã, comprometendo vários serviços, como vacinas, farmácia
e agendamento de consultas. “Hoje as unidades funcionam apenas um horário e quando você limita esses serviços, se está tirando do cidadão, o direito ao acesso à saúde. A ausência dessa prestação de serviço, influencia diretamente em indicadores importantes, a exemplo da mortalidade materna infantil, a baixa cobertura de pré-natal, baixa cobertura de imunização. É uma cadeia que reflete e provoca grandes impactos, por exemplo, no aumento do nível de desassistência na sífilis detectável e tratável durante o pré-natal, aumento da infecções sexualmente transmissíveis, onde observamos uma sub notificação intensa desses casos. É a partir desses dados que o município consegue atuar em ações e investimentos na rede municipal de saúde, física e de recursos humanos”, explica a secretária.

Relatório
A gestora solicitou aos diretores das unidades, um relatório completo contendo todas as informações referentes a situação atual dos postos. O cronograma de visitas técnicas, tanto na zona urbana quanto rural, seguirá nos próximos dias. A nova gestão reunirá com equipe técnica para alinhar as primeiras ações para reorganizar a prestação de serviços nas unidades básicas.

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