Centro de Cultura Negra do Amapá abandonado em plena área urbana de Macapá
As últimas gestões da União dos Negros do Amapá ou não chegaram ao fim ou afundaram a entidade em dívidas ou inquéritos policiais.
Cleber Barbosa, da Redação
Muito mato, lixo, entulho e descaso. Esses são os contornos de uma longa história de abandono e completa falta de compromisso não com um logradouro público, mas com uma causa, uma trajetória de luta e resistência construída por gerações de afro amapaenses que marcaram o povoamento de Macapá. O Centro de Cultura Negra do Amapá, que pertence à UNA (União dos Negros do Amapá) foi mostrado nesta quinta-feira (25) de uma forma contundente e revoltante durante “live” do programa LuizMeloEntrevista, na rádio Diário FM (90,9).
O prédio da UNA – ou do que um dia foi – está sendo, aos poucos, ocupado por moradores de rua e usuários de substâncias químicas, além de se transformar num local propício a concentração de delinquentes para a prática de assaltos e furtos.
A reportagem do programa tentou ouvir algumas pessoas no local, mas temendo exposição ou represálias, não quiseram gravar entrevistas.
Polêmicas
As últimas gestões da UNA não conseguiram reerguer a entidade, ao contrário, sendo algumas inclusive alvo de investidas dos órgãos de controle e até a polícia. Em junho de 2019, por exemplo, o então dirigente da União dos Negros do Amapá foi indiciado em inquérito da Polícia Civil do Amapá numa investigação de falsidade ideológica para carrear recursos federais para a entidade.
Histórico
Inaugurado em 5 de setembro de 1998, no bairro do Laguinho, teve como conceito representar a revitalização e a valorização da cultura negra no Amapá. Com seis blocos edificados numa aérea de 7,2 mil m², compreende um Anfiteatro, Museu do Negro, Auditório, Espaço Afro-Religioso, Sala de Múltiplo Uso e Administração. Trata-se de um espaço democrático, que é utilizado, principalmente, para divulgar e preservar a cultura afro-brasileira.
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