Campanhas investem em internet, mas o corpo a corpo não é esquecido
A doutora em Ciência Política, Karolina Roeder, coordenou uma pesquisa com o objetivo de entender os principais meios de comunicação dos partidos políticos.
Cleber Barbosa, da Redação
As campanhas majoritárias para as eleições deste ano deverão focar seu maior investimento em internet. Esta é a constatação da doutora em Ciência Política e professora da Uninter Karolina Mattos Roeder, que coordenou uma pesquisa com o objetivo de entender os principais meios de comunicação dos partidos políticos. Os resultados apontaram que, em 2018, os partidos priorizaram estratégias modernas, ou seja, a internet, o que deverá se repetir também este ano. Roeder afirma, entretanto, que o tradicional corpo a corpo entre candidatos e eleitores é uma ferramenta essencial no processo da campanha.
O levantamento ocorreu por meio da coleta das prestações de contas anuais dos partidos políticos de 2018, e a categorização em gastos com comunicação foi classificada em: tradicionais (placas, comícios, materiais impressos e carros de som, viagens, entre outras), e modernas (internet, redes sociais, telemarketing e outras).
A média de gastos dos 32 partidos políticos registrados naquele ano foi de 33% em estratégias modernas e, quase a metade, 17% em comunicação tradicional. Alguns partidos chamaram a atenção para a importância que dão à comunicação moderna, destinando mais da metade do total dos recursos do partido a esse fim: PMB (75%), PCO (62%), PPL (70%), NOVO (54%) e PL (58%).
“Do total de 32 partidos, 29 utilizam mais estratégias modernas que tradicionais e 14 deles gastaram mais de um terço do total de recursos nessas estratégias, o que é bastante, considerando que há outros gastos importantes para a manutenção de uma organização partidária. Apenas três partidos priorizaram os meios tradicionais de comunicação: AVANTE, PROS e PATRIOTA. O PT, que recebeu o maior volume de recursos naquele ano, destinou 17% às formas tradicionais e 20% às modernas, mais equilibrado que os partidos que recebem menos recursos”, explica Karolina.
Além da comunicação, os demais gastos dos partidos políticos foram categorizados como: gastos com pessoal, promoção da participação de mulheres, fundações partidárias, estrutura e organização (água, luz, telefone, aluguel). A receita dos partidos é formada a partir de recursos do Fundo Partidário, do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas, doações e transferências partidárias.
A especialista afirma que a tendência de investimento em mídia moderna provavelmente será mantida neste ano, porém, lembra que o corpo a corpo ainda é essencial. “Vamos ter mais gastos com esse tipo de estratégia moderna, já que a forma de se comunicar mudou. Porém, a maioria da população tem acesso à internet somente por meio de smartphones, com uma internet mediana, ou sem conexão. Essas pessoas não necessariamente verão esse tipo de conteúdo. As propagandas em televisão, rádio e folhetos impressos ainda são importantes para apresentar os candidatos aos seus possíveis eleitores”.
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