Aluna da Ueap desenvolve projeto de reutilização de óleo de cozinha para a produção de sabões
Entre os objetivos de Sara Monção, está conscientizar a comunidade sobre os riscos do descarte inadequado dos resíduos de óleo.
Da Redação
O óleo de cozinha é um dos materiais que podem trazer mais danos ao meio ambiente, quando descartado de maneira incorreta, sendo capaz de afetar o ecossistema aquático, solos e até o sistema de esgoto de cidades. Preocupada com essa realidade, a aluna do 4º período do curso de Tecnologia em Design da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Sara Monção, resolveu propor um novo destino aos resíduos de óleo, transformando o material que seria descartado no meio ambiente em sabão em barra, sabão líquido e sabonetes. Agora, o objetivo é levar esse conhecimento para alunos de escolas públicas.
Desde outubro de 2023, Sara desenvolve o trabalho “Produção de sabão com óleo reutilizado” através do projeto de extensão orientado pelo professor mestre do curso de Tecnologia em Design, Rodrigo de Aquino. A iniciativa foi inspirada em uma ação desenvolvida na instituição em que Sara cursou o ensino fundamental, a Escola Estadual Edgar Lino da Silva, localizada no bairro do Laguinho, em Macapá.
A escola está inserida no planejamento do trabalho da estudante, já que as crianças e adolescentes terão a oportunidade de aprender o processo de transformação do óleo de cozinha em sabão. “Acabei não tendo a oportunidade de fazer parte desse projeto durante o meu ensino fundamental, mas sempre achei uma iniciativa muito interessante, por oferecer aos alunos e a comunidade do entorno da escola a possibilidade de desenvolver um produto a partir de uma matéria-prima muito presente no cotidiano deles”, explicou Sara.
Etapas do projeto
A ação já passou pela etapa de planejamento, e, atualmente, entra em fase de execução, em que Sara precisa ter acesso ao material necessário para produção do sabão. Para isso, a jovem instalou um ponto de coleta no primeiro hall do prédio principal do Campus I da Ueap, em Macapá. Até 30 de abril, a caixa coletora está disponível o dia todo e recebe recipientes adequados para a conservação do óleo de cozinha. Qualquer pessoa pode colaborar, seja estudante, servidor ou comunidade em geral.
A ideia é que, posteriormente, o ponto de coleta seja ofertado também na Escola Edgar Lino da Silva. E, após reunir a quantidade necessária de óleo de cozinha nos dois locais, Sara vai iniciar o processo de purificação do material para a produção do sabão em barra, líquido e sabonete. Também fazem parte do processo de fabricação outros ingredientes como soda cáustica, álcool 96%, glicerina, entre outros.
A previsão é que o trabalho de Sara seja desenvolvido ao longo de um ano, gerando um artigo científico e uma apresentação prevista para ser realizada durante a 7ª Jornada de Extensão, em 2025, evento organizado pela Pró-Reitoria de Extensão da Ueap (Proext).
Outros educadores da Ueap também ajudam na viabilização do projeto. O professor do curso de Engenharia Química da Ueap, João Silva, garante o suporte técnico em tudo que envolve a produção dos sabões e o professor de Ciências da Escola Edgar Lino, Álvaro Modesto, desenvolveu na instituição de ensino um projeto com a produção de sabões a partir do óleo de cozinha.
Contaminação gerada pelos óleos de cozinha
O óleo de cozinha ao chegar em rios, lagos e no mar, muitas vezes através do sistema de esgoto, forma uma película na superfície de água, reduzindo a entrada de oxigênio, afetando assim a vida aquática. Já quando esse produto penetra os solos, pode fazer com que eles diminuam sua capacidade de absorver água e nutrientes, também afetando a biodiversidade. Esse material também pode impactar no próprio sistema de esgotos e drenagem, obstruindo-os e causando inundações e danos à infraestrutura das cidades.
Outra preocupação é a maneira com que as pessoas irão armazenar o óleo que será reciclado – inclusive no momento que forem entregar nos pontos de coleta do projeto. O produto usado deve ser colocado em recipientes resistentes à corrosão, de material metálico e plástico; completamente vedados, limpos e secos; além de mantidos em ambiente fresco e sem exposição à luz solar direta.
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