“Não negligenciamos na primeira onda e estamos preparados para evitar uma segunda”
Dorinaldo Malafaia (SVS) diz em entrevista no rádio que a sincronia entre governo e prefeituras levou a uma redução dos riscos de falhas e perdas de vidas em escala maior.
Cleber Barbosa, da Redação
O combate ao Covid-19 no Amapá colocou à prova toda a capacidade técnica, de planejamento e de mobilização de equipes, em todos os níveis e esferas. A afirmação é do coordenador estadual da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS), Dorinaldo Malafaia, que concedeu entrevista ao LuizMeloEntrevista desta semana, na rádio Diário FM (90,9), em que falou pela primeira vez sobre as reais possibilidades de uma segunda onda da pandemia.
Para ele, a maneira com que o estado se antecipou à chegada da pandemia ajudou a evitar muitas mortes, apesar de lamentar o registro de tantas perdas entre os amapaenses. “A própria OMS [Organização Mundial de Saúde] tem pregado a necessidade de sincronia entre governos e prefeituras junto ao governo central, uma coisa que leva vantagem para quem se antecipasse e não negligenciasse a doença, então eu acho que o fundamental foi que não negligenciamos a doença”, avalia.
Ele também elogiou a decisão e a vontade política do governador do estado, que bancou todas as recomendações dos comitês médico e científico. “Toda orquestra tem que ter maestro, então o governador Waldez foi fundamental ao estabelecer as medidas certas sobre quando atacar e quando recuar no enfrentamento à pandemia, na chamada estratégia de enfrentamento, então isso tudo foi feito em conjunto, daí a importância do diálogo dele com as prefeituras que acataram as propostas do estado no enfrentamento diário do Covid-19”, disse ele.
Consolidação
Os desafios agora para fechar o ciclo de combate à pandemia, segundo Malafaia, consistem em atacar a interiorização dos casos, com testagem em massa para identificar mais rapidamente e isolar o vírus.
O trabalho agora é trabalhar na sensibilização dos prefeitos para colocar em cena alguns atores que ainda não estão atuando diretamente nesse enfrentamento, que são os agentes comunitários de saúde e os agentes de endemias, que podem reforçar o programa de Saúde da Família, pois cada equipe atende uma base populacional de 1 mil famílias.
“Num momento que nós temos uma estabilidade e até uma queda na curva epidemiológica, esses profissionais precisam entrar em campo diretamente, pois a gente detectando rapidamente os casos positivos a gente tem condição de aplicar o isolamento social, acompanhar e monitorar previamente, o que vai ser um grande ganho para essa segunda etapa do plano de enfrentamento da doença e a ameaça da segunda onda, que precisa ser encarado com seriedade”, finalizou.
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