Médico defende uso profilático da Cloroquina a profissionais da saúde e segurança
Amapaense Adivaldo Vítor Barros diz que com os números ainda pouco expressivos sobre eficácia no tratamento em doentes, aposta na prevenção de quem se expõe ao contágio.
Cleber Barbosa, da Redação
O médico Advaldo Vítor Barros, que atua também na Coordenadoria de Vigilância em Saúde do Amapá, (CVS/AP) disse neste sábado na rádio Diário FM (90,9) que algumas sociedade médicas pelo país e o mundo têm se posicionado a favor do uso da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes de Covid-19, inclusive a própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância em Saúde).
Mas que ela não é recomendada para todo tipo de paciente, tampouco sair fazendo estoques em casa o que tem levado algumas farmácia a tem terem mais oferta do medicamento – que agora está em falta para outros pacientes que realmente precisam dela, como os reumáticos e os acometidos de malária.
Ele lembra que a própria FDA americano – equivalente à Anvisa brasileira – já liberou formalmente a utilização da substância no tratamento de doentes agravados do novo Coronavírus. “Mas ainda não existe consenso, como já aconteceu em outras épocas e diante de outras epidemias, onde algumas vacinas e medicamentos eram controversos também, levando as pessoas a se desesperarem, chegando até mesmo a pedir a liberação da eutanásia por acharem que não tinha mais tratamento e depois chegava-se a uma droga eficaz”, recorda.
O médico disse que a Cloroquina ou Hidroxicloroquina, tem sido admitida em alguns protocolos de hospitais de São Paulo, como profilaxia de profissionais de saúde que estão nos atendimentos de urgência e emergência ou mesmo os que trabalham em unidades de tratamento intensivo, que lidam com pacientes suspeitos ou casos confirmados de Covid-19.
Também há registros no próprio CRM (Conselho Regional de Medicina) do Espírito Santo e do Amazonas da prescrição da medicação também para pacientes confirmados da doença a partir do teste rápido para diagnosticar o Covid-19. “São diagnósticos clínicos em que você tem forte evidência de que o paciente pode ser beneficiado”, pondera o especialista.
Questionado pela equipe do programa Togas&Becas, ele disse que a literatura médica infelizmente ainda não tem estudos mais aprofundados sobre o tema, até devido ao tempo relativamente curto para isso, lembrando que geralmente um estudo mais aprofundado realiza uma média de testes em 5 mil a 6 mil pacientes ao redor do mundo. “As controvérsias sobre a cloroquina deixam a eficácia dela meio a meio, por assim dizer, pois metade dos médicos ainda se diz contra porque defendem que existem muitos efeitos colaterais a serem considerados, com relatos até de óbitos associados ao uso dessa substância química”, sublinha.
Prevenção
Por fim, ele disse que existem também alguns casos regionais, como de colegas de sua turma de médicos da Universidade Federal do Pará (UFPA) que precisou ser internado, diagnosticou positivo para Coronavírus e já no segundo dia se beneficiou do uso da Cloroquina associada à Azitromicina, que é um antibiótico. “E com registro da melhora respiratória, sem falta de ar, sem mais nada, então posso dizer que estatisticamente ou epidemiologicamente são números pouco expressivos, daí não se ter consenso, daí a gente recomendar que sejam seguidas as orientações das autoridades sanitárias, ou seja, nos estados onde o CRM está liberando o uso, que seja feito assim, bem como os profissionais de saúde e os da segurança pública, como policiais civis e militares, bombeiros também, pois estão se expondo muito e que são fundamentais nessa mobilização e que defendemos o uso profilático para eles também”, concluiu.
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