Imagens de sonar da Marinha mostram como está navio naufragado no Amapá

Governo do Amapá inicia a grande operação para tirar do fundo o Anna Karoline III, resgatar possíveis vítimas e esclarecer mais uma tragédia fluvial na Amazônia.

Cleber Barbosa, da Redação

A Marinha do Brasil (MB), por intermédio da Capitania dos Portos do Amapá (CPAP), segue na mobilização apoiando o Governo do Amapá para tirar do fundo do Rio Amazonas o navio Anna Karoline III, que naufragou no sul do Amapá na madrugada do dia 29 de fevereiro, matando até agora 34 vítimas. Imagens de sonar feitas por embarcação militar são consideradas decisivas para a definição do plano de reflutuação, que começa a ser operado neste sábado, pois aponta o exato posicionamento do navio acidentado.

Segundo o Governo do Amapá, a contratação de uma empresa especializada para içar a embarcação naufragada tem um custo de R$ 2,4 milhões. Seria uma obrigação da empresa proprietária do navio, mas precisou ser assumida pelo Estado dado o clamor social e apelo das famílias que perderam seus entes no acidente. Mas o Governo do Estado deverá acionar na justiça e exigir o reembolso do erário pelas despesas que a contratação emergencial gerou.

Em comunicado, o capitão dos Portos do Amapá, comandante Carlos Augusto, diz que a cooperação interagências tem sido decisiva para o sucesso da missão e reforça que a etapa final é mesmo trazer o Anna Karoline de volta à superfície. “A Marinha reforça que fiscalizará rigorosamente todas as etapas previstas no Plano de Reflutuação da embarcação, visando eliminar qualquer risco aos envolvidos na operação e também de possíveis desastres ambientais”, diz a Marinha em comunicado à imprensa. Uma corveta está posicionada no entorno da área de resgate, para restringir o tráfego e evitar saques ou mesmo a ação de curiosos.

Imagens

Imagem do equipamento “Side Scan” instalado no Aviso Balizador Marco Zero, mostra navio adernado à direita | Foto: Reprodução CPAP
Imagens multifeixes de sonar revela preservação parcial da estrutura do navio no fundo do rio  | Reprodução CPAP

Outras informações

Segundo o Comando do Corpo de Bombeiros Militares do Amapá, não foi localizado nenhum corpo nos últimos dias, mantendo o quantitativo de 34 vítimas fatais. Até o momento, foram resgatadas 51 pessoas com vida, entre passageiros e tripulantes. As equipes da CPAP e do Corpo de Bombeiros estão há mais de vinte dias mobilizadas nas buscas por possíveis desaparecidos;

O Governo do Estado do Amapá informou que o comboio com material que será utilizado na operação de reflutuação já se encontra no local do incidente e que as embarcações e aeronave da Marinha do Brasil continuarão com as buscas durante toda a operação de reflutuação. Somente as operações de mergulho estão suspensas, por motivo de segurança.

Meios e pessoal  

A estrutura para a força-tarefa é composta por embarcações e equipamentos como guindastes, flutuadores e equipamentos de mergulho. Há cerca de 30 trabalhadores envolvidos no processo.

A tarefa de retirar da embarcação do fundo do rio tem como objetivo também tentar localizar mais vítimas dentro dos compartimentos. O plano de ação abrange várias etapas de segurança, como cuidados ambientais.

Ao fim da reflutuação, uma equipe da Companhia de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar (PM/AP) cuidará da segurança da embarcação. Por fim, o navio seguirá até um estaleiro em Santarém, no Pará.

Cerca de 170 militares da Marinha estão sendo empregados na operação com apoio dos seguintes meios operativos: Navio Patrulha Bracuí, Aviso Hidroceanográfico Fluvial Rio Xingu, Aviso Hidroceanográfico Fluvial Rio Tocantins, Aviso Balizador Marco Zero, quatro Lanchas Orgânicas – BALUM (1) e ECSR (3) e aeronave modelo UH-15 (Super Cougar).

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