TJAP participa dos festejos de São Tiago, em Mazagão Velho
A programação foi organizada pela comunidade, por meio do Instituto Cultural, com apoio da Prefeitura de Mazagão e do Governo do Estado.
Da Redação
O presidente do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), desembargador Adão Carvalho, participou na quinta-feira, 25, das celebrações da Festa de São Tiago, em Mazagão Velho, localizado a 31 km de Macapá. O chefe do Poder Judiciário fez questão de estar presente na manifestação cultural e religiosa, uma das mais importantes do Estado, para reafirmar o compromisso da instituição com a tradição, cultura, história e memória do povo amapaense. A programação foi organizada pela comunidade, por meio do Instituto Cultural, com apoio da Prefeitura de Mazagão e do Governo do Estado.
A Festa de São Tiago completou 247 anos em 2024. Realizada desde 1777 na Vila de Mazagão Velho, o evento consiste na encenação de um espetáculo de fé que conta a história do guerreiro Tiago, soldado anônimo que lutou ao lado do povo de Cristo e ajudou a vencer batalhas contra os mouros.
Segundo o presidente do TJAP, a memória é essencial para a identidade de um povo, e sua prática reiterada produz a concepção de cultura, primordial para a sociedade. O desembargador, Adão Carvalho, reforçou que é essencial dar a devida importância à Festa de São Tiago, valorizando essa história que pertence não apenas ao Município de Mazagão, mas a todo o Estado do Amapá.
“Temos orgulho da riqueza histórica, religiosidade, e de tantos outros elementos e significados desta manifestação de fé. Essa é uma das festas mais tradicionais do povo amapaense, e é essencial valorizá-la. As celebrações de São Tiago não se resumem apenas a Mazagão Velho, mas a todo o Amapá”, destacou o presidente do TJAP.
“Não pedi nada a São Tiago, santo ao qual passei a ser devoto. Mas quando estive aqui, no ano passado, nesta mesma celebração, prometi que voltaria para agradecer, e aqui estou. É uma satisfação representar o Poder Judiciário nesta manifestação de fé, tradição e cultura. Parabéns a todos os envolvidos na realização da festa”, comentou o desembargador Adão Carvalho.
A programação contou com missa ao ar livre, procissão até a Capela de São Tiago (grupo de Liturgia), Círio, Dança do Vominê (dança da vitória dos cristãos), Passagem do “Bobo Velho”, batalha entre Mouros e Cristãos, tomada do estandarte Mouro e batalha final. O evento teve a presença de chefes e representantes de todas as esferas de poder do Amapá, além de membros da sociedade civil e da imprensa. Milhares de pessoas participaram da celebração.
Mazagão Velho: a cidade que atravessou o oceano
Mazagão foi fundada porque o comerciante Francisco de Mello pretendia continuar com o comércio clandestino de escravos. Pressionado pelo governador Ataíde Teive, ele decidiu cooperar, fornecendo índios para os serviços de construção da Fortaleza de São José, na capital do Amapá, Macapá.
Em retribuição, Francisco de Mello foi anistiado e agraciado com o título de capitão e diretor do povoado de Santana. No entanto, devido a uma epidemia de febre que acometeu os silvícolas, o povoado foi transferido para a foz do Rio Manacapuru e, pelo mesmo motivo, em 1769, para a foz do Rio Mutuacá. Em 10 de março de 1769, D. José I, Rei de Portugal, desativou a cidadela de Mazagão, na então colônia do Marrocos, com 340 famílias sitiadas pelos mouros, que foram transferidas para Belém (PA).
Para alojar esses colonos, o governador mandou construir um povoado às margens do Rio Mutuacá. Em 7 de julho de 1770, começaram a ser transferidas 136 famílias para a Nova Mazagão, hoje conhecida como Mazagão Velho. O local já havia sido elevado à categoria de Vila desde o dia 23 de janeiro daquele ano.
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