Emoção, lágrimas, fé e devoção reúne fiéis no Círio de Nazaré

Este ano a Prefeitura de Macapá, além de asfaltar todo o trajeto do Círio, também disponibilizou carros pipa para molhar o percurso dos promesseiros.

Da Redação

“Minha família tem uma tradição no Círio há 60 anos, quando eu tinha 3 anos meu pai distribuía água na garrafa térmica para os romeiros e hoje a tradição continua na nossa família, temos uma devoção muito grande por Nossa Senhora de Nazaré. E, já tivemos muitas graças alcançada, todos os anos a minha família se reúne no Círio e a tradição vem passando de pai para filho”. Relatou emocionado, Evaristo Monteiro Filho de 63 anos, ao lado filha Alessandra Monteiro.

Evaristo Monteiro Filho e sua filha Alessandra Monteiro I Foto: Jesiel Braga/PMM

Antes mesmo do sol nascer, a manhã deste domingo (08), começou com um ar de devoção por toda a cidade, residências ornamentadas, além de ruas e avenidas com faixas de saudação à Nossa Senhora de Nazaré.

Romeiros chegando desde a madrugada, após longas caminhadas de diversos locais distantes para a missa Campal no Santuário de Nossa Senhora de Fátima e, após, saída para a procissão até a Catedral matriz de São José de Macapá. Percorrendo 4 quilômetro com os pés calejados da caminhada a chegada para ver Nossa Senhora de Nazaré era garantida. A alegria pelo momento estava estampada em cada semblante de cada promesseiro e participante.

Missa campal Santuário Nossa Senhora de Fátima I Foto: Jesiel Braga/PMM

O prefeito de Macapá, Dr. Furlan, acompanhado da Primeira Dama, Rayssa Furlan, acompanhou a missa campal no Santuário de Fátima e, em seguida, saiu em caminhada pelo trajeto da peregrinação. Durante o percurso do translado, Dr. Furlan, compartilhou o momento de fé e devoção com as pessoas que vieram de muitos lugares participar.

Demonstração de fé por graças recebidas estavam em toda parte, como o caso de Aliandra de Souza Brito, 25 anos, ela veio com o marido e o filho, o pequeno Nicolas Lorenzo, de 3 anos, que estava vestido de anjo em homenagem a Virgem Santíssima.

“Meu marido estava desempregado e eu fiz uma promessa para Nossa Senhora de Nazaré, ele conseguiu um emprego de carteira assinada e hoje nós viemos agradecer pela graça recebida”, comemorou ela.

Aliandra de Souza Brito e o filho Nícolas Lorenzo I Foto: Jesiel Braga/PMM

Desde a concentração na missa campal no Santuário de Fátima era comum ver que cada devoto tinha a emoção resplandecendo em seus rostos, muitos olhos marejados, orações em silêncio, mãos erguidas, mães com seus bebês no colo agradecendo por graças alcançadas, cadeirantes acompanhados da família e um mar de mãos que alçadas, acompanhavam as canções Marianas entoadas pelos músicos e ouvidas nos carros de som organizados no decorrer do trajeto para homenagear Nossa Senhora de Nazaré.

Momento de amor e fé contagia os devotos de Nossa Senhora de Nazaré I Foto: Jesiel Braga/PMM

Os mais diversos agradecimentos, principalmente, graças alcançadas pelo restabelecimento da saúde, relatou Jakeline Picanço. “Estou aqui acompanhando o Círio para agradecer a oportunidade de mais uma vez estar aqui. Este ano, o meu filho adoeceu e eu pedi a Nossa Senhora de Nazaré pela saúde. Ano que vem estarei aqui novamente agradecendo, eu não tenho nem palavras, é muita emoção”.

Jakeline Picanço e família I Foto: Jesiel Braga/PMM
Rosilene Tavares I Foto: Jesiel Braga/PMM

Num gesto de amor e devoção a Nossa Senhora, a família de Rosilene Tavares, há 15 anos participa da procissão com o “Carro dos Anjos”, todo ornamentado o carro de carroceria transporta as crianças do Círio vestidas de anjo.

“É uma tradição da nossa família levar as crianças que vão agradecer vestidas de anjo, muitas não conseguem caminhar todo o trajeto, então elas vão aqui. O que nós fazemos é uma forma de também agradecer por tantas graças que já recebemos multiplicando, bons gestos de amor ao próximo”, relatou Rosilene.

Foto: Jesiel Braga/PMM
Dona Araci Quaresma e o neto Anderson Quaresma I Foto: PMM

Muitos fiéis vieram de longe e mesmo com limitações, impostas tanto pela idade quanto pela saúde frágil, estavam ali na espera da Padroeira da Amazônia. Para a Dona Maria Araci Quaresma, 77 anos, nem a distância de vim do distrito do Bailique e nem mesmo a cadeira de rodas foram obstáculos para impedir que ela fosse com o neto, Anderson Quaresma, participar do Círio e agradecer a Nossa Senhora de Nazaré, em seu rosto era um momento de indescritível emoção.

“Sou do Bailique e desde sempre acompanho o Círio, hoje vim com o meu neto como todos os anos para ver Nossa Senhora, e com a graça de Deus estou aqui. Já recebi muitas graças de Nossa Senhora e peço a ela por minha saúde, sofri um AVC e estou nesta cadeira de rodas, mas tenho fé que ainda irei voltar a andar”, disse com os olhos marejados.

Foto: Jesiel Braga/PMM
Foto: Jesiel Braga/PMM

Promesseiros da Corda

Outro momento emocionante da peregrinação é a passagem dos promesseiros da corda, durante o percurso de 4 quilômetros, quando os fiéis cantam e puxam um coro de vozes com devoção à Nossa Senhora de Nazaré, momento em que agradecem e fazem a renovação de suas preces.

Joaquina Rodrigues e família I Foto: Jesiel Braga/PMM
Foto: Jesiel Braga/PMM

Embalados pelos cantos de louvor, os fiéis cantavam emocionados os hinos. “Os hinos tocam muito a gente, o coração, a mente e tudo o que se passa. O hino fala tudo sobre o que a gente está passando nos momentos atuais, tudo isso mexe com a gente e a nossa fé. Só em falar em Nossa senhora de Nazaré a gente sente uma energia e uma emoção indescritível”, disse a senhora Joaquina Rodrigues, devota da Virgem Santíssima.

Voluntários na distribuição de água I Foto: Jesiel Braga/PMM

Milhares de pessoas acompanhavam a Berlinda toda ornamentada com flores brancas e amarelas tão delicadas quanto a pequena Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, romeiros a pé, em bicicletas, na frente de suas casas.

Instituições, empresas privadas, pessoas anônimas e voluntários de outras religiões na distribuição de água (para amenizar o calor), manifestações silenciosas de fé, um povo unido em uma única voz, embalados pela devoção, algo inexplicável como cita o trecho da música da Fafá de Belém: “Pois há de ser mistério agora e sempre. Nenhuma explicação sabe explicar. É muito mais que ver um mar de gente” da canção “Eu sou de lá”, representa o poder da devoção dos milhares de fiéis que acompanharam o traslado do Santuário até a Catedral Histórica de São José de Macapá.

Traslado para a Catedral Histórica de São José de Macapá  

A procissão percorreu cerca de 4 quilômetros saindo do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no bairro Santa Rita, até a igreja matriz de São José. O trajeto começou na esquina da Avenida Cora de Carvalho com a Rua Hildemar Maia. Após o percurso seguiu pela Avenida Mendonça Furtado, Rua Hamilton Silva, Avenida Presidente Vargas, Rua Cândido Mendes, Avenida Mário Cruz, chegando na igreja São José por volta das 11h.

Foto: Jesiel Braga/PMM
Foto: Jesiel Braga/PMM

O traslado para a Catedral Histórica de São José de Macapá durou cerca de seis horas e reuniu mais de um milhão de pessoas, segundo informou o comando da Guarda Civil Municipal de Macapá (GCMM). Durante todo o percurso, pessoas, empresas, órgãos públicos, instituições, residenciais e vários devotos prestaram homenagens a Nossa Senhora de Nazaré.

Este ano a Prefeitura de Macapá, além de asfaltar todo o trajeto do Círio, também disponibilizou carros pipa para molhar o percurso dos promesseiros. A realização do Círio de Nazaré 2023 contou com o apoio de diversos órgãos públicos, Guarda Civil Municipal de Macapá (GCMM), Companhia de Transporte e Trânsito de Macapá (CTMac), Zeladoria, Secretaria Municipal de Habitação e Ordenamento Urbano (SEMHOU), Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.

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