MP-AP cobra reestruturação nos 70 anos do Hospital da Mulher Mãe Luzia

Nesta quarta-feira (13), o Hospital da Mulher Mãe Luzia, a primeira maternidade construída no Amapá e a única para casos de gravidez de alto risco, completa 70 anos.

Da Redação

Os promotores de Justiça da Saúde do Ministério Público do Amapá, Fábia Nilci e Wueber Penafort, participaram da simbólica solenidade realizada no estacionamento da unidade, e reforçaram a necessidade de o Governo do Estado reestruturar por completo o hospital.

Antes de iniciar o evento, os promotores visitaram as instalações internas do hospital e se depararam com as salas e corredores lotados. Muitas mulheres aguardando para parir; enfermarias com pacientes acima da capacidade; mulheres arrumando seus recém-nascidos em macas improvisadas pelos corredores.

Situação preocupante, que foi pontuada pela promotora Fábia Nilci durante sua fala na solenidade pelo aniversário do hospital.

“Temos uma maternidade que está precisando de um olhar muito mais atencioso da gestão estadual. Temos em torno de 20 mulheres ou um pouco mais, aguardando leito, seja para alto risco, seja porque acabou de ter o bebê e está no corredor. Mulheres dividindo leito no CPN com outra mulher que também está parindo. Isso nos assombra, nos assusta e nos faz, todos os dias do nosso trabalho, fazer com que a administração consiga visualizar a necessidade de termos mais uma maternidade no estado do Amapá”, ponderou.

O promotor Wueber Penafort complementou, destacando os serviços dos funcionários como vital para o funcionamento da Mãe Luzia.

“A gente sabe que tudo começa no nascimento e nós estamos sendo muitos cruéis com as crianças que estão nascendo. Temos que melhorar o tratamento para as mulheres e para as crianças. Nesse aniversário de 70 anos da maternidade, precisamos parabenizar cada um dos servidores que aqui atuam, porque mesmo diante de uma estrutura física precária, eles entregam o seu melhor e são os responsáveis pela engrenagem”, disse.

O momento contou com a presença do governador Clécio Luís, secretários estaduais, médicos, enfermeiros, funcionários e ex-funcionários da maternidade.

Em seu pronunciamento, o governador Clécio Luís reconheceu a situação. A frente da gestão há 8 meses, ele lembrou que os trabalhos na saúde tiveram início pelo Hospital de Emergências, e garantiu que o Hospital Mãe Luzia, bem como o Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL) irão receber intervenções de melhorias.

“Tenho uma obstinação em resolver os problemas da saúde. Hoje eu vim para fazer uma visita no hospital. Ainda não temos motivo para fazer festa, mas os funcionários que vivem o dia a dia, superam as dificuldades constantes, merecem comemorar. Quero aqui transformar esse dia em um compromisso: em outubro a gente sai do HE, em novembro entregamos o Hospital de Santana, temos a construção de 30 leitos de UTI no Oiapoque, vamos entregar o hospital de Porto Grande, e aí vamos voltar o olhar para a maternidade. Logo, logo nós vamos entrar aqui”, garantiu.

Em meio a constatações negativas, e anúncio de boas-novas, a manhã desta quarta-feira foi também para homenagear os funcionários dedicados a cuidar de cada mulher e cada criança que dão entrada na maternidade.

“Para além das dificuldades estruturais, existem as pessoas que apostam em dias melhores, em condições de trabalho melhores, em conforto para atender os bebês, as mães e seus acompanhantes. O Ministério Público seguirá com afinco na missão de fiscalizar e cobrar para que os 71 anos do Hospital Mãe Luzia seja dia festivo para se comemorar conquistas para todos”, finalizou Fábia Nilci.

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