Davi diz que trabalho no Senado continuará pautado pelo entendimento
Agência Senado
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou nesta terça-feira (6), em Plenário, confiar no entendimento e no equilíbrio para que os embates na Casa sejam sempre de ideias. Ele garantiu que buscará sempre a convergência entre os senadores, sem deixar de exercer a legitimidade e a autoridade do mandato de presidente do Senado, cargo para o qual foi eleito pelos colegas.
— Minha disposição como presidente é de sempre enfrentar o bom debate com diálogo e com busca do consenso, mesmo sabendo que o Parlamento e a democracia são assim: quem tem voto ganha e quem não tem voto perde — declarou.
A fala foi uma resposta a notícias veiculadas nesta terça-feira (6) sobre uma reunião entre senadores insatisfeitos com o andamento de alguns projetos no Senado. Davi disse ter a confiança de que senadores não se reuniriam para manchar sua imagem, porque isso significaria manchar a imagem da casa. Ele também garantiu que não pautará seu trabalho por notícias publicadas a seu respeito.
— Tenho consciência do meu papel e exercerei esse papel respeitando e as instituições e mantendo firme o pilar da democracia que é o fortalecimento das instituições — afirmou.
Manifestações
A declaração do presidente veio após fala do senador Flávio Arns (Rede-PR) sobre a notícia publicada. Apontado como um dos senadores insatisfeitos, ele lembrou sempre ter elogiado e enaltecido o trabalho de Davi e disse que é preciso trabalhar em conjunto para aprimorar cada vez mais os trabalhos do Senado e refletir os anseios da população.
— Quero dar os parabéns de novo e dizer que estamos juntos nessa caminhada por um Senado bom, forte, ágil e sintonizado com a população — disse Arns.
Também citado como um dos senadores insatisfeitos com o andamento de projetos no Senado, Eduardo Girão (Podemos-CE) disse entender o motivo da demora para que alguns temas sejam analisados, mas ponderou que é preciso ateder ao clamor da sociedade. Entre os temas que precisam receber prioridade, ele citou o fim do foro privilegiado e uma discussão sobre o trabalho do Judiciário.
— Os senadores novatos chegaram para contribuir com os senadores que aqui já estavam para uma pauta que vá ao encontro da pauta da população brasileira — afirmou.
Trabalho
Davi Alcolumbre fez um breve balanço do trabalho feito no primeiro semestre, que classificou como o mais produtivo dos últimos 25 anos. De acordo com o presidente, foram aprovados 487 pareceres nas comissões e 134 proposições em Plenário, entre propostas de emenda à Constituição (PECs), medidas provisórias e projetos de lei.
— Esse mérito não é exclusivo desta presidência, porque esse é um trabalho feito pelo conjunto desta Casa: senadores, senadoras, presidentes de comissões, relatores das matérias, pelos líderes partidários, ou seja, por todos os 81 senadores que compõem esta Casa — declarou Davi Alcolumbre.
Para este semestre, ele destacou como um dos principais temas a serem analisados pelo Senado a reforma da Previdência (PEC 6/2019), que pode chegar ao Senado nesta semana. O texto está na pauta da Câmara dos Deputados para a votação em segundo turno.
O Senado também deve se debruçar sobre a reforma tributária. Segundo o presidente, as diferentes propostas do governo, da Câmara e do Senado devem ser levadas em consideração para a montagem de um texto final pactuado entre todos. O terceiro tema citado por ele foi o a revisão do pacto federativo, com a descentralização de recursos públicos para estados e municípios.
Apoio
Após o balanço, o presidente foi saudado por senadores, entre eles, Roberto Rocha (PSDB-MA), que elogiou sua capacidade de trabalho e classificou a presidência como “uma grata supresa”. Já Weverton (PDT-MA) disse ser preciso fazer um reconhecimento público do trabalho de Davi.
— Sem dúvida nenhuma foi um semestre bastante produtivo para o Senado da República e também para a nossa sociedade — elogiou.
Lasier Martins (Podemos-RS) classificou como erradas as informações publicadas sobre a insatisfação de senadores e Jorge Kajuru (PSB-GO) lamentou a postura de parte da imprensa.
— É uma insatisfação saber que existe gente ainda na imprensa — da qual participei por 40 anos —, na televisão brasileira, que adora morte social, porque informar mal é morte social — criticou Kajuru.