Escola do Legislativo promove palestra sobre inclusão do autista na escola e família
O evento teve por finalidade contribuir com a reflexão e estimular o debate sobre direitos e temas interligados a cuidados e atenção oferecidos às pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Da Redação
A Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), por meio da Escola do Legislativo, promoveu na manhã desta sexta-feira (05), no plenário da Câmara de Vereadores do município de Santana, distante cerca de 18 quilômetros da capital, uma palestra com o tema: Autismo, Escola e Família.
O evento aberto à população teve por finalidade contribuir com a reflexão e estimular o debate sobre direitos e temas interligados a cuidados e atenção oferecidos às pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). ”Sabemos da dificuldade que as escolas têm em lidar com esse público, por isso estamos trabalhando para a inclusão das crianças com autismo na sociedade e para que seus direitos sejam cumpridos, dando uma melhor qualidade de vida a eles e a seus familiares”, destacou a presidente da Escola do Legislativo, deputada Liliane Abreu (PV).
Em sua palestra, a bióloga e professora Eloane Coutinho compartilhou a experiência adquirida ao cuidar de um filho autista de 11 anos de idade, diagnosticado com autismo aos dois anos. Vivência essa relatada no livro ”Autismo: um mundo singular”, lançado em setembro de 2022. ””A editora lançou a proposta em uma rede social, mandei minha história com o título, ”Meu filho tem Autismo. E agora?”, e fui uma das 24 histórias escolhidas que compõem o livro que, por enquanto, ainda não está à venda nas livrarias””, disse a autora.
Segundo ela, ao receber um diagnóstico de autismo, muitas famílias passam por um processo de mudança não apenas na rotina, mas também de atendimento e incertezas em relação ao futuro. ”Iniciar o processo de intervenção terapêutica é essencial para o desenvolvimento da autonomia e da qualidade de vida da pessoa com o TEA”, frisou.
A vice-presidente da Comissão da Criança e do Adolescente (CCA) da Alap, deputada Dayse Marques (Solidariedade), destacou que a atenção ao autista parte do tripé saúde, educação e família. ”Essas pessoas precisam ser incluídas na sociedade, temos que dar visibilidade a elas”, frisou a parlamentar, elogiando a iniciativa da Escola do Legislativo ao abordar o tema.
Também fizeram parte do evento o deputado Paulo Nogueira (PT), 1º vice-presidente da Câmara, vereador Josiney Alves, a vice-prefeita de Santana, Isabel Nogueira, a diretora pedagógica da Escola do Legislativo, Kelren Abdon; o coordenador pedagógico, Erandir Gomes; e o defensor público do Amapá, Roberto Coutinho, que fez parte do processo para a instalação do Centro de Atendimento Educacional Especializado à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista – Mundo Azul, no município de Santana. O espaço tem como missão oferecer atendimentos multiprofissionais a crianças e adolescentes e ainda as palestrantes Glauciane Neves, da Associação Santanense de Pais e Amigos dos Autistas (ASSANDE), Rubenita Gonçalves, do Conselho Estadual de Educação e Cristiane Barbosa.
A deputada Edna Auzier (PSD), destacou a preocupação da Assembleia Legislativa em favor da causa dos autistas que resultou na aprovação de vários projetos e, na oportunidade, convidou os presentes para a audiência pública de sua autoria, que será realizada no plenário da Alap no dia 5 de junho, ocasião em que serão discutidos os desafios das políticas de educação e saúde voltadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A parlamentar também destacou o projeto de lei de sua autoria que tramita na Casa o qual autoriza o Poder Executivo a estabelecer critérios especiais para o ingresso de autistas e portadores de síndrome de Down, no serviço público estadual. ”O que muitos desconhecem é que os que são diagnosticados com o nível mais leve desse e dos demais transtornos podem, tranquilamente, exercer suas atividades laborais diárias sem qualquer tipo de prejuízo. Porém, o preconceito presente na sociedade acaba excluindo-os sem ao menos experimentar a plena capacidade ostentada por eles”, afirma ela.
A deputada ressaltou ainda que continua sendo uma dificuldade a questão dos direitos dos autistas e dos portadores de Down. ”Um aspecto essencial da Constituição de 1988 refere-se a garantia dos direitos fundamentais que devem ser assegurados a todos os cidadãos. O seu artigo 5? reconhece expressamente que todo cidadão deve ter igualdade de condições e de direitos, ainda que possua especificidades que o distingue dos demais”, finalizou a parlamentar.
FOTOS: Heider Torres – Dircom/Alap
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